enchendo murcilia, dizendo besteira, mascando capim, plantando bananeira.

enchendo murcilia, dizendo besteira, mascando capim, plantando bananeira.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Mas que Coisa, menina!

Onde os olhos se encontram
E as mãos entrelaçam
Terras longínquas essas
Na imaginação que se façam

Nessa jaula de monstros
Cárcere da fera
E inferno de desencontros
Aqui nada prospera

Mas como uma flor do asfalto
Um sorriso tímido e um olhar
Paixão tola, que delícia
O tal medo de amar

Pena, o vislumbre do horizonte
Onde olhos entrelaçam e mãos encontram
Junto com aquele sorriso fenece
E os corações, de tanto bater se cansam.



sábado, 2 de abril de 2011

Perfeito para uma Noite de Sábado

O inferno são os outros partindo do ponto em que você se importa. O inferno é todo dia quando você se apega a alguém. Eu, por exemplo, tenho essa mania infame de botar responsabilidade nas pessoas, tipo criança. (E sempre acabo cagando na fralda).
Eternamente responsável pelo que cativas. Isso não existe, o mundo é redondo e a chata sou eu.
Cada um é um universo isolado e incompleto, e nos nossos defeitos está essa esperança de achar "o pedacinho do nosso rabo" em alguém. Botar expectativas sem lembrar que as pessoas estão preocupadas, exclusivamente, em completar a si mesmas, sem sucesso.
"É claro que ninguém se importa com minha aflição"

segunda-feira, 21 de março de 2011

Saudade da saudade.

Se ainda saudade me restasse
Rimas pobres,
Ou qualquer besteira que você falasse

Nem flor nem cor nem dor
Só o breu
Um vazio me sugando para fora de mim
E Eu não sou mais eu

Poesia ruim e crua
Eu não sou mais tua.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Carta ao meu cérebro. (Oh, by the way, i'm glad i'm not me)

Você quer ser você. Você não quer mais ser gorda. Você queria ter pernas finas, cabelos lisos. Você queria dormir a noite. Você queria uma solução, mas não sabe qual o problema. Você quer uma resposta, mas não pergunta nada. Você não sabe qual a pergunta. Você acaba caindo no clichê sempre que tenta falar sobre si mesma. Você se sente culpada. Você queria ser incrível, mas é mediana. Você queria se diferenciar sem chamar a atenção. Você queria fazer algo interessante. Você queria ter fé. Você queria ser otimista. Você não quer se frustrar. Você se recusa a iludir-se. Você queria algo pra esperar. Você não espera por nada. Você super valoriza a solidão. Você odeia se sentir sozinha. Você queria evitar pensar. Você pensa demais. Você quer saber das coisas, quanto mais você sabe, mais você e deprime. Você queria se preencher. Você está acostumando com o vazio. Eu não te entendo. Você não quer ser você. Você quer e não quer. Você não sabe o que você quer.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

o medo do futuro que nao abandona (eis que achei o grande culpado do meu viver destrambelhado)

Você não pensa e eu só penso e não entendo
Esse teu silêncio que dentro de mim grita
Ah se meu grito, ah se teu silêncio expressassem a galáxia de insegurança que separa meu umbigo do teu.

Eu esperava palavras ásperas e você se calou
Eu esperava tanto que cansei
Eu falava e você não pensava e você não ouvia e você sempre só calava
Eu falava tanto que cansei, pensei e calei
E na calada da noite chorei. Calada

Tu me ofereceu simpatia de amigo
Depois raiva de ex-namorado
Eu engoli, eu sofri
Agora me ofereces teu silêncio
E esse cuspo de volta em ti.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Certas palavras me caem como uma pedrinha num poço muito profundo. O som é baixo, mas é quase eterno, como se caísse para sempre.
E de repente você ouve algo mais alto, a pedra chegou ao fundo, bateu na água, doeu, a ficha caiu.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Vim com defeito

Não entendo uma palavra que dizes, eu sou devagar

Eu estou manchada, rasgada debaixo do braço

Perdi o brilho (e a razão)

Estou espichada, barulhenta, descosturada, criei poeira, mofo

Mãos frias, roupas velhas, farol baixo, bancos de couro

Etiqueta cutucando sem tesoura para cortar

Seguro desemprego, salário mínimo, readaptação, motor com defeito, invalidez, carencia.

Cem por cento de desconto.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

(brincando de verbos) Gostando ou não-

Tropecei nos fios da tv e caí. Chorei sozinha por uns minutos.
O que eu menos gosto na minha casa, sem dúvida é o telefone, que insiste em tocar. O que eu menos gosto no mundo é você, que insiste em ligar. Eu não gosto dos fios que me fazem tropeçar, eu não gosto de cair, eu não gosto de chorar.
Eu não gosto de você que insiste em amar, eu não gosto de não conseguir me importar.
Bati a porta e saí, escorreguei no tapete e caí.