enchendo murcilia, dizendo besteira, mascando capim, plantando bananeira.

enchendo murcilia, dizendo besteira, mascando capim, plantando bananeira.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

o medo do futuro que nao abandona (eis que achei o grande culpado do meu viver destrambelhado)

Você não pensa e eu só penso e não entendo
Esse teu silêncio que dentro de mim grita
Ah se meu grito, ah se teu silêncio expressassem a galáxia de insegurança que separa meu umbigo do teu.

Eu esperava palavras ásperas e você se calou
Eu esperava tanto que cansei
Eu falava e você não pensava e você não ouvia e você sempre só calava
Eu falava tanto que cansei, pensei e calei
E na calada da noite chorei. Calada

Tu me ofereceu simpatia de amigo
Depois raiva de ex-namorado
Eu engoli, eu sofri
Agora me ofereces teu silêncio
E esse cuspo de volta em ti.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Certas palavras me caem como uma pedrinha num poço muito profundo. O som é baixo, mas é quase eterno, como se caísse para sempre.
E de repente você ouve algo mais alto, a pedra chegou ao fundo, bateu na água, doeu, a ficha caiu.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Vim com defeito

Não entendo uma palavra que dizes, eu sou devagar

Eu estou manchada, rasgada debaixo do braço

Perdi o brilho (e a razão)

Estou espichada, barulhenta, descosturada, criei poeira, mofo

Mãos frias, roupas velhas, farol baixo, bancos de couro

Etiqueta cutucando sem tesoura para cortar

Seguro desemprego, salário mínimo, readaptação, motor com defeito, invalidez, carencia.

Cem por cento de desconto.